Se existe alguma data que me deixa pra lá de fragilizada emocionalmente, essa é o segundo domingo de maio. Até porque me transmite um sentimento que nunca senti por ninguém... MORRO de inveja quando ouço uma criança falando "mãe"... pior é saber que não é comigo que ela está falando. Apesar de não acreditar em "inveja boa" (pra mim inveja é inveja e pronto! É ruim de qualquer jeito) não desejo mal a todas as mães do mundo, pelo contrário. Por conta delas tenho meu trabalho, algumas são minhas amigas e, vamos combinar, a minha mãe é um sucesso! Usei o termo "inveja" porque, na verdade, não quis usar o termo "frustração" pois é o que exatamente sinto. Desde menina sou apaixonada por ser mãe, ver a barriga crescer, passar por tudo de bom e ruim que uma gestação pode proporcionar. Das azias e enjoos, dos pés inchados as dores de coluna e a própria dor do parto; só porque sinto que TUDO isso compensa a felicidade ver seu filho em seus braços depois de nove meses de espera, admirar o rostinho, ele abrindo os olhos e até achar que ele deu o primeiro sorriso pra você como se estivesse dizendo "oi mãe, cheguei!" é o bastante para pagar as quase quarenta semanas de espera e ainda tem troco porque essa sensação de força e amor incondicional você terá pelo resto da vida!
Como diz a Atena: "Choro até com inauguração de mercadinho". Agora, por exemplo, estou segurando as lágrimas pois sou muito sincera quando escrevo. Deve ser por isso que sempre fui muito boa e elogiada nas aulas de redação na escola. Tem verdade no que escrevo. Já disse em posts anteriores que se não tem algo bom pra dizer ganha-se muito ficando calado. Só que hoje, véspera do Dia das Mães, precisava escrever, desabafar, conversar um pouco mesmo que sem usar a voz e a melhor forma de fazer isso e escrevendo. Tive fases horríveis com relação essa minha maternidade reprimida. Já deixei de participar de eventos na escola porque não aguentava ver tanta alegria junta das mães sem poder sentir nem mesmo um grão dela, já esbravejei, já cheguei a odiar Deus achando-o um sacana sádico e manipulador que emprenhava uma menina imatura e inconsequente de treze anos com gêmeos enquanto eu me sentia uma rocha seca no deserto! Nem conto as vezes que ia chorando para o trabalho dentro do ônibus pois não teria dedos para isso. Quantas vezes perguntava para Deus por que não me dava algo tão simples e ao mesmo tempo grandioso quanto um filho? Quantas vezes O questionei por ver mulheres que jogavam seus filhos em lagoas, caçambas de lixo e até mesmo em vasos sanitários enquanto eu aqui queria um nos meus braços na certeza que seria a melhor mãe do mundo? Acho que essa é a maior certeza que tenho na vida. Não faço questão de muito dinheiro (apenas o tanto que dê conforto a mim e a minha família), de carros e outros luxos. A única coisa certa que sempre tive é ter um filho e que seria uma (desculpem o termo) PUTA de uma mãe! Exemplos pra isso eu tive e ainda tenho, por isso essa convicção toda!
Hoje em dia a emoção continua a flor da pele todo mês de maio, só que o próprio Deus está me mostrando que tudo tem sua hora certa de acontecer e, se não aconteceu ainda, é porque não era o certo. Só lamento que por motivos que fogem ao meu controle, meu relógio biológico já me dá sinais de limitação pra realizar esse sonho...
(pausa pra chorar um pouco...)
Voltei!
Já passei por coisas tão terríveis na minha vida. Por sorte ínfimas perto dos momentos felizes e é nisso que me fio em Deus! Ele JAMAIS me daria tanta coisa boa se não me amasse de verdade! Minha família, meu trabalho, meus amigos, minhas "mães de coração" (tenho muitas! As mães de muitos amigos, pessoas experientes que gostam de mim e me acolhem daquele jeitinho que só as mães sabem fazer) e tudo mais que superei para estar aqui hoje relatando isso tudo. O "Cantinho" tem pouco mais de um ano e toda vez que resolvo ler o que já publiquei tenho um saldo positivo do que é a minha vida! É por isso que sei que meu sonho maior, independente de quanto tempo falte, está perto de se concretizar. Tão perto que, dessa vez, não me sinto frustrada, magoada, triste... só com uma esperança que chega doer o peito, pronta para transbordar, pois terei o maior orgulho de mostrar que serei a mãe exemplar de alguém que não conheço, não sei como é mas só a possibilidade da sua existência já me faz uma mulher apaixonada por esse ser!
Obrigada Deus!
Obrigada mãe!
Obrigada a todas as mães que conheço!
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